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O desenvolvimento motor nos primeiros anos de vida

O desenvolvimento motor ocorre desde os primeiros dias de vida e está ligado à maturação de aspectos biológicos, cognitivos e às interações com o mundo exterior. Trata-se de um processo complexo que envolve a construção de habilidades relacionadas aos âmbitos físicos, cognitivos, afetivos e sociais, ou seja, a criança nasce capacitada a realizações que progressivamente lhe permitem atingir o controle e o conhecimento de seu corpo. Entretanto, a qualidade de suas experiências impacta fortemente no desenvolvimento de tais habilidades.

Sendo a primeira infância a fase em que todas as estruturas estão se consolidando, é fundamental que a criança se depare com boas oportunidades que contribuam para o seu desenvolvimento integral.

Assim, desde que nascem, os pais devem proporcionar um ambiente rico em estímulos sensoriais, além de lançar desafios motores, de acordo com a idade de cada criança, por exemplo, incentivando-a com brincadeiras corporais, permitindo rolamentos, deslocamentos, o firmar-se etc. Nesse sentido, é fundamental que o espaço seja preparado com cuidado, a fim de garantir segurança e acolhimento nessas vivências. Quando maiores, propostas preferencialmente ao ar livre que envolvam correr, pular, subir, pegar, lançar, equilibrar, entre outras, por meio da ludicidade, além dos fazeres do dia a dia, favorecerão ganhos motores e o fortalecimento da autoestima.

É fundamental que esses momentos contem com a supervisão de um adulto, principalmente aos bem pequenos. Os avanços aparecerão progressivamente, de acordo com a repetição das execuções e a qualidade das intervenções. Assim, podendo arriscar, errar, acertar, fazer de outra maneira, pouco a pouco, os pequenos assimilam, acomodam e constroem repertórios motores que alicerçarão novos aprendizados.

Alguns marcos do desenvolvimento motor são referências utilizadas para saber se a criança está “dentro do esperado” para sua faixa etária, como sentar, engatinhar e andar. Mas é fundamental que se respeite o tempo de cada uma e, em caso de dúvida, deve-se buscar as orientações do(a) pediatra.

Por entender que é por meio do corpo que as crianças exploram o mundo, se expressam, estabelecem relações, produzem conhecimentos e reconhecem suas potencialidades, a nossa escola promove oportunidades ricas para que as crianças possam, nas brincadeiras e interações com seus pares, explorar e vivenciar um amplo repertório de movimentos. Com a ajuda das mais diversas linguagens (música, dança, jogos e brincadeiras), buscamos o desenvolvimento motor, a consciência corporal e descobertas de diversos modos de ocupação, atuação e uso do espaço com o corpo, em busca do desenvolvimento integral.

Em tempos em que as telas estão muito presentes, em que temos pouco ou nenhum espaço nos quintais e em que o sedentarismo é um risco presente, normalmente causado pelas condições impostas por uma vida frenética, nunca foi tão necessário falar sobre a importância do movimentar-se na infância. Aqui na escola, alternamos oportunidades de movimentação dirigidas, como brincadeiras de roda ou tradicionais da cultura infantil, com propostas não dirigidas, em que as crianças criam e se auto-organizam nas brincadeiras. Também recorremos à variação de ambientes para que a criança teste a potência de seu corpo e amplie seus movimentos. Para isso, oferecemos cenários enriquecidos de experiências, como o piso naturalmente desregular do bosque, com pedrinhas ou grama, e estimulamos o movimento de pedalar, por meio do uso livre e cotidiano de motocas e bicicletas que ficam à disposição das crianças. Não podemos deixar de mencionar também o ganho que há em ativar as funções motoras no meio líquido, como ocorre nas propostas em piscina.

Referências Bibliográficas:

– XAVIER, Juliana. A importância do desenvolvimento motor na primeira infância, 2018. Disponível em: https://portal.fiocruz.br/noticia/importancia-do-desenvolvimento-motor-na-primeira-infancia. Acesso em 18 nov.2022.

– BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.

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